quinta-feira, 30 de junho de 2011

VIVA LA VIDA!! VAMOS RECOMEÇAR?

Agora, sinto que a minha vida está recomeçando, ou melhor, estou vivendo uma nova vida. Olhando para trás vejo como a endometriose e as minhas aderências mexiam com todo o meu corpo. Além de viver de mau humor, eu era muito afobada, sem paciência e completamente aflita. Até como eu falava era diferente. Eu falava sem parar, sem pausas e de uma maneira muito esquisita, meio embolada, sabe, afobada. Queria falar tudo ao mesmo tempo! Quase um ano após a minha cirurgia - 26 de julho - percebi como estou mais serena. Também pudera, eu estava morrendo, com muita aderência pélvica e, o pior, além de os meus órgãos estarem todos grudados, o meu intestino enrolava esses órgãos dando nó. Não é fácil, mas em breve, vou postar aqui o vídeo da minha cirurgia. Foram três horas para desgrudar todos os órgãos e recolocá-los em seus devidos lugares. Eu não tinha foco ativo de endo... estavam todos inativos. Eu tinha três miomas que se uniram em um só e também foi retirado. Estava morta por dentro. Recomecei e nasci de novo. A partir de 2011, eu tenho duas datas de nascimento: 15 de julho (o dia que eu nasci) e 26 de julho (o dia do meu renascimento, da minha primeira cirurgia de endo).

O engraçado é que anos atrás, numa conversa em casa descobri que era para eu ter nascido no fim de julho ou começo de agosto. Minha mãe disse que eu fui apressada. Quando marquei a cirurgia não pensei nisso. A ficha só caiu alguns dias após o doutor Hélio Sato dizer que não sabia como eu ainda estava viva. Portanto, tudo tem o seu momento certo para acontecer. Sei que é mais fácil falar do que viver, mas digo com experiência de quem viveu todos os piores momentos de uma portadora de endometriose. Além das infinitas dores, que não cessavam nem dopada de remédios, vivi a depressão profunda de uma portadora, e a angústia e a tristeza por não ter tido apoio para tudo aquilo que eu passava. Além de tudo ainda fiquei quase dois anos sem trabalho. Resultado?! Depressão profunda, onde eu só pensava em sair desse mundo. Eu só pensava em morrer, mas ainda bem que minha fé foi maior que todo meu sofrimento. O bom foi que deletei muitas pessoas da minha vida, em especial, alguns amigos...  e foi tão bom, fiquei até mais leve, mais magra. Em contrapartida ganhei outros que eu mal conhecia e fortaleci amizade com quem está além do oceano, em outro país, mas que se fez presente em minha vida diariamente via skype, só para perguntar como eu estava e ouvir os meus desabafos.

Descobri que, como dizia Chico Xavier, só o amor salva. Hoje, olhando para trás agradeço a Deus por todo o sofrimento que passei. Eu ainda não estou com a vida tranquila. Continuo com quase os mesmos problemas de antes, mas sei que Deus está presente em todos os nossos momentos, e que olha por todos os seus filhos. Foi difícil para eu entender tudo isso. Demorou alguns anos! Porque eu não queria aceitar os desafios que Ele já havia proposto quando topei nascer como Caroline Salazar. O que quero dizer é que todos os seres humanos têm missões especiais na Terra. O único problema é que não podemos deixar a vida passar por nós. Eu não tive ajuda de psicólogos e, muito menos, de psiquiatras para sair da depressão profunda, mas sim a ajuda de Deus, dos anjos, dos santos, dos meus mestres e mentores espirituais que estão de plantão 24 horas cuidando de mim. Por isso é preciso muito cuidado quando mexem com um filho de Deus. Porque Ele está vendo e escutando tudo. Eu até tentei achar um psicólogo/ psiquiatra que atendesse ao meu convênio, mas poucos são os médicos que querem tratar um ser humano, sem enxergar nele cifras. Infelizmente, não consegui encontrar médico dessas especialidades que atendesse o meu convênio. E, olha, que graças a minha mãe, eu tenho um bom convênio (pelo menos o menos pior), mas é uma pena que a política no Brasil não seja em prol da saúde, da educação, mas sim, da corrupção.

Entrei numa depressão profunda sem perceber e eu não aceitava em hipótese nenhuma que estava nessa situação. Inclusive, já falei sobre esse grave sintoma, ou melhor, uma outra doença dentro da endo, mas vou preparar outro post sobre o assunto. O meu alerta aqui é para ter FÉ e sempre acreditar em Deus. Mesmo nos momentos de sofrimento, Ele sabe muito bem o que faz com cada um de nós. Apesar das dores diárias na lombar, nas pernas, no abdômen e, em todos os músculos do meu corpo, ou seja, da cabeça aos pés, sempre me mantive perseverante. Então, vamos comemorar a vida! Viva la vida!! E é justamente esse termo em espanhol, um dos países de minha ascendência, de onde se origina o meu Salazar, que será a minha próxima tatuagem. Também farei uma homenagem à pintora mexicana Frida Kahlo, uma mulher de fibra e coragem, e que em muitos dos meus péssimos momentos, serviu como minha inspiração. Uma mulher à frente de seu tempo, guerreira, determinada. Apesar de suas doenças, acidentes e seu imenso sofrimento, Frida é sinônimo de superação e sempre escrevia em suas pinturas coloridas e fascinantes essa frase. E, para quem tem endo, superação também é uma de nossas palavras de ordem. Beijos com carinho!!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

AI, QUE SAUDADE!!!

Nossa! 20 dias sem postar!! Ai, que saudade do nosso cantinho. Passo rápido para dizer que o trabalho está ótimo e peço torcida para que continue assim. Prorrogaram por mais um mês a minha estada na redação. Por ora, fico até o fim de julho, mas torcendo para ficar mais tempo. O mês foi correria, porque cobri também a semana de moda em Sampa, o São Paulo Fashion Week. Depois de tanto tempo, trabalhar na minha área, a reportagem, é maravilhoso. O feriado foi um dia normal de trabalho. Eu adoro tudo isso! Trabalhar é comigo mesmo, ainda mais depois de tudo o que passei. Por ora, também parei a fisio na UNIFESP. Sei que preciso voltar, só preciso ver quando. Quem sabe na próxima semana, porque os meus músculos mexem sozinhos, ou melhor, eles ficam latejando o dia todo, mesmo sem me movimentar muito. Posso estar parada ou sentada em minha cadeira, que eles estão lá. Já respondi alguns comentários, mas vi que tem mais. Estou respondendo aos poucos, só os e-mails que estão mais atrasados, pois, como as respostas são pessoais, respondo um por um, mas chego em casa tão cansada que não estou conseguindo. A minha batalha em prol das portadoras continua, mas preciso retomar a minha vida profissional e financeira. Só eu, Deus e o meu namorado sabem como está a minha situação. Tudo o que recebo vai para a negociação dos cartões de crédito, mas fico feliz que estou, pelo menos tentando, arrumar tudo. Não está fácil, mas sei que já passei pelo pior. O pior já foi!! Só de estar viva! Agora é só correr atrás do tempo perdido, ou melhor, do dinheiro perdido para colocar tudo em ordem para ter um pouco de paz, sossego e felicidade. Beijos com carinho!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

UM OIZINHO!!!!!

Vocês leram o meu terceiro artigo no Muriaé na Web? Está muito bacana, vale à pena ler e mostrar ao companheiro, aos amigos, às amigas. Eu falo sobre a dispareunia. Esse é o meu primeiro artigo de muitos sobre o assunto que vou escrever lá. Afinal, essa foi à grande consequência da endo em minha vida. Foi por ela que fui parar na UNIFESP-EPM (Unversidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina), foi por ela que resolvi montar o blog, foi por ela que decidi lutar em prol das portadoras, foi por ela que eu levei tantos nãos do mercado de trabalho e foi ela o estopim da minha depressão profunda. Até então, eu nunca tinha escutado sobre isso. E olha que eu já havia me queixado da dor durante a relação sexual para outros ginecologistas, mas nada. Até hoje, quase dois anos após a primeira sessão de fisio, ainda sinto os efeitos desta drástica consequência em meu corpo. Os meus músclos ainda latejam sem eu nem me mexer. Posso estar sentada e até dormindo que lá estão eles pulando. É muito louco. Eu sei que cada um pensa de um jeito. Por isso, como disse o meu professor de ética na faculdade, nunca devemos julgar ninguém. A meu ver, a dor durante a relação sexual é a pior consequência da endo. Eu sei que a infertilidade para muitas, vem em primeiro lugar. Mas, como eu tenho uma cabeça mais aberta, sou super a favor da adoção. Portanto, eu não penso assim. Se eu não pudesse ter filhos e quissesse muito um, com certeza, eu adotaria. Sempre tive em minha mente que o pai e a mãe não são aqueles que fazem, ou seja, o biológico, mas sim, aquele que cria, que da amor, que ensina a pessoa a ser digna, a ter um bom caráter, uma boa índole. Apesar disso, eu entendo também aquelas mulheres que têm a opinião contrária. Hoje, praticando o espiritismo, eu sei que, até mesmo nas adoções, tudo vem do plano espiritual, assim como os biológicos. Tudo já está previamente traçado. Eu ia recomeçar a fisio amanhã, dia 08, mas vou esperar mais um pouco. Na verdade, eu quero e preciso muito de um trabalho. Portanto, estou torcendo para ser contratada na revista que estou frilando. Estou gostando muito de trabalhar lá, completamente diferente da minha outra experiência. Como tem uma vaga, estou torcendo muito para ser contratada e, como ontem, segunda-feira, dia 05, eu passei mal, não consegui ir à redação. Segunda-feira é o pior dia do fechamento. Por isso, preferi esperar para ver o que vai dar o trabalho e só depois continuar a fisio. Aos poucos, volto a ter minha a vida de volta. Mas, só pelo fato de que eu posso ter a minha vida e a minha profissão de volta, eu entro em êxtase total. Geralmente, não damos valores as pequenas coisas da vida, como ter o trabalho ou, até mesmo, ter as rédeas dela. Doente, você passa a depender de pessoas que não gostam de você. Eu nunca pensei que, um dia, eu iria à padaria e ficaria com vontade de comer um doce, mas eu não tinha o dinheiro para comprá-lo. Confesso que nesse dia, eu fiquei muito mal. Nossa! Depois de muitas lágrimas, que ainda derrubo, eu sei que nada é por acaso. Eu sofri muito e, ainda sofro com a endo, mas a minha endometriose me ensinou muito, entre elas, de que eu sou uma pessoa muito forte. Não só eu, mas todas nós, portadoras. Desde a minha cirurgia no dia 26 dejulho de 2010, eu passei a agradecer todos os dias o simples fato de estar viva. E, isso, era o que a minha amada vozinha, Dinah Salazar, fazia. Ao acordar, todos os dias, ela abria a janela e dizia: “Bom dia, sol. Obrigada Deus por mais um dia e obrigada por esse sol lindo.”. Jamais vou me esquecer deste exemplo de ser humano que eu tive nessa vida. Outra coisa que aprendi foi a confiar e areditar em Deus. Hoje, eu sei que Ele existe e, melhor do que existir, é saber que Ele olha por nós e que tudo o que acontece em nossa vida, inclusive, os momentos ruins é para nós tirarmos um aprendizado, uma grande lição. Hoje, sei que o trabalho é fundamental na minha vida. Não só pra livrar-me das minhas dívidas, que está em torno de 20 mil reais, mas até mesmo para recuperar a minha vida sexual. Beijos com carinho!!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

MAIS UM ARTIGO NO MURIÉ NA WEB!!

Confesso a vocês que estou morrendo de saudade de postar no blog, mas chego sempre exausta. O que posso dizer é que estou amando esse período de trabalho. Um trabalho gostoso, num ambiente mais gostoso ainda e com pessoas maravilhosas. Por ora, eu dei um tempo na fisio. Talvez, eu volte a fazê-la na próxima semana. Hoje, liguei para a Ana Paula, uma das fsios da UNIFESP, para ver se tinha um horário pela manhã, que encontrei e já reservei para a próxima semana. Mas preciso ver se irei conseguir conciliar o tratamento com o trabalho. A minha correria está tanta (graças a Deus) que quase não tive tempo de escrever o meu artigo mensal para o site mineiro Muriaé na Web. Confesso que deu um branco, mas a Ludmila Gusman, editora do site, fez o seu papel de lembrar-me. Nesse terceiro atigo, eu falo sobre a dispareunia. A meu ver, uma das piores consequências da endo, e o principal motivo que me fez engajar e difundir o assunto, criando o blog. Espero que curtam e comentem lá no site. Ah, hoje durante o lanche da tarde, conheci uma portadora de endo que trabalha na revista, mas em outro setor. Fabiana é mais uma guerreira que luta contra a endo. Ela contou-me um pouco de sua história. Difícil e triste como a de todas nós, mas ela não deixou se abater e seguiu em frente, mesmo com a sua vida desmoronando e um filho pequeno. Vou convidá-la a contar sua história aqui. Sei que estou devendo histórias de muitas leitoras no blog, mas estou tentando organizá-las para postar. Peço paciência que, em breve, voltarei com tudo. Afinal, parei até a fisio para trabalhar. Aos poucos, vou respondendo aos e-mails e comentários do blog. Só quero que saiba que jamais irei abandonar esse nosso cantinho tão especial. Ele é uma das razões da minha vida. No entanto, nesse exato momento, preciso recuperar a minha vida profissional e financeira, que foram interrompidas abruptamnete por quase dois anos, por conta da endo. Beijos com carinho!!

Artigo no Muriaé na Web:
http://www.muriaenaweb.com.br/dicas/?texto=1918