quinta-feira, 29 de maio de 2014

VOCÊ SABIA QUE O BRASIL É O PAÍS CAMPEÃO EM IMPOSTOS SOBRE REMÉDIOS E EM GASTOS COM A SAÚDE?

Uma das 7 faixas da Marcha Brasileira usada
em Brasília e em São Paulo
O Brasil é o país campeão quando o assunto é impostos sobre os medicamentos e, também, no que diz respeito aos gastos com a saúde. No último sábado, dia 24, fui convidada a participar na Câmara Municipal de São Paulo, do Fórum de Desoneração dos Impostos sobre os Medicamentos. Durante quatro horas, representantes de diversos segmentos, tais como, parlamentares, entidades médicas, planos de saúde, hospitais, associações de apoio à família de portadores de doenças graves e de pessoas com deficiência, economista, pacientes crônicos, dentre outros, debateram os motivos pelos quais é preciso urgente reduzir os impostos sobre os remédios no Brasil.

 O meu discurso onde falei sobre
o alto custo para tratar a endometriose
Enquanto a média mundial é de 6,3%, os brasileiros pagam cerca de 34% (33,9%) a mais no preço final dos remédios. Em países como a Austrália, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá, se você compra remédio com receita, paga 0% de imposto. Isso incentiva a não automedicação. Já os franceses pagam 2% e os japoneses 5% pelos medicamentos comprados com receita. E, para os remédios com receita livre, ou seja, comprados sem receita, o imposto no Reino Unido e nos Estados Unidos varia em torno de 1% a 8,5%. Já na França 7% e no Japão 5%. Um dado eu achei alarmante: no Brasil, apenas 20% dos medicamentos são fornecidos pelo SUS, e 70% são comprados com os nossos próprios recursos, ou seja, adquiridos pela população. Outro fato que fiquei pasma foi descobrir que os medicamentros de uso humano são mais caros que os de animais.

O deputado federal Walter Ihoshi (PSD), líder da Campanha Nacional lançada em 2013, acredita que reduzir os impostos dos medicamentos “politicamente é possível e economicamente viável, já que o Brasil está desalinhado com os outros países”, disse. E ainda lembrou que é possível obter êxito para ambas as partes (consumidor e governo). “Em 2008, o estado do Paraná reduziu o ICMS  dos medicamentos, de 18 para 12%. Com isso, aumentou a acessibilidade para a população que não tinha condições de comprar remédios e triplicou a arrecadação do governo do estado. Diminuir os impostos dos remédios não quer dizer que o governo vai perder arrecadação. Pelo contrário, além de atender demanda ainda maior e ampliar o acesso aos medicamentos, amplia o consumo e a arrecadação”, afirmou o deputado.

Eu, Priscila Torres, portadora de artrite
reumatoide, o sociólogo e endomarrido,
Paulo Soares, e sua eSposa, Ane
É justamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) o vilão, já que cada estado tem o seu valor. Rio de Janeiro lidera o ranking com 19%, seguido por São Paulo 18%, e Minas Gerais 17%, Pará e Paraná têm 12%. O médico e vereador Marco Aurélio Cunha, organizador do Fórum e presidente da Frente Parlamentar em apoio à Campanha Nacional, disse que a população precisa cobrar seus direitos: "A população precisa falar com seu vereador, cobrar o que é seu de direito, pois é ele quem representa o povo de sua cidade".  

Segundo a economista Maria Cristina Amorim, autora do livro "Tributos e Medicamentos", nos últimos 10 anos, os impostos sobre os remédios subiram mais que o PIB (Produto Inteno Bruto) e a inflação. Mais de 60 tributos estão inclusos no preço final dos medicamentos que adquirimos. O tributo sobre os medicamenos é o que mais impacta no orçamento do brasileiro. A população de baixa-renda gasta cerca de 61% de seu salário com saúde; 55% da população não tem conidções de comprar remédios, já a população com mais renda gasta mais com plano de saúde; e as farmácias lucram cerca de 40%

Paulo, Ane, Eu e Luciana Camargo,
da TV Câmara
Eu, Priscila, Paulo e Ane













Aproveito para agradecer, mais uma vez, a querida Priscila Torres, portadora de artrite reumatoide, autora do blog Artrite Reumatoide, e coordenadora do Encontro Blogueiros da Saúde, que o A Endometriose e Eu vai participar neste ano, em agosto. Obrigada pelo convite em representar a portadora nesta importante discussão, e, principalmente, em dividir parte de seu discurso comigo. Fiz um discurso beeem improvisado (porqu fiquei sabenmdo na hora!), como portadora de doença crônica, em nome das milhões de brasileiras que não tem condições de ter um tratamento digno. Falei rapidamente sobre a endometriose, os principais sintomas, e a respeito do alto custo do tratamento, tantos das cirurgias quanto dos medicamentos.  Leia aqui a matéria do blog da Priscila, e no site do vereador. Este é um ano eleitoral,  e aconselho todos a pensarem muito bem pra quem vai dar seu voto. A luta está apenas começando!  Um beijo carinhoso!!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

ESPECIALISTA EM DOR CRÔNICA, DRA MARIANA PALLADINI, NO ENDOMULHERES DESTA QUINTA-FEIRA, DIA 29, ÀS 9H!!

Eu e a simpática doutora Mariana Palladino no estúdio!

EndoMulheres desta quinta-feira, dia 29, está imperdível para as portadoras de endometriose. Nossa entrevistada é a doutora Mariana Palladini, especialista em dor crônica. Qual a diferença entre a dor aguda e a dor crônica? O que fazer para a dor aguda não cronificar? É verdade que nosso cérebro tem memória da dor? Como é feito o tratamento intervencionista para as dores crônicas? Existe perigo em tomar remédios fortes como derivados de morfina, opioides, antidepressivos? Qual tratamento alternativo para diminuir a dosagem de medicamentos fortes? Essas e muitas outras amanhã, quinta-feira, às 9h. Acesse o site! Espero por você!


O logo do programa desenvolvido especialmente pela nossa querida designer, Monica


EndoMulheres é o primeiro programa do Brasil, e, provavelmente, o primeiro do mundo especializado em endometriose. Além do mais, é o único voltado aos profissionais de saúde. Nosso lema é educar e conscientizar quem tem paixão por cuidar de nós. Todo dia, em horários diferentes, para você ter mais comodidade. Se você não pode assistir em nenhum horário, após serem hospedados na TV UOL, os programas estão armazenados também na coluna  Programa EndoMulheres, na aba superior. Veja os horários da semana na grade de programação. Todos os dias em horários diferentes. E, agora também, na coluna do programa que é hospedado na TV UOL aqui no blog.Assista aqui todos os programas EndoMulheres! Um beijo carinhoso!!

domingo, 25 de maio de 2014

" ENDO SOCIAL": POR QUE O BRASIL PRECISA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS PORTADORAS DE ENDOMETRIOSE??

Uma das 7 faixas da marcha de Brasília e de São Paulo


A coluna "Endo Social" começa a explicar por que o Brasil precisa adotar políticas públicas para as mulheres com endometriose. Por que precisamos reivindicar pacificamente nossos direitos? Por que precisamos nos unir em prol da saúde de milhões de mulheres? O sociólogo e endomarido Paulo Soares discorre brilhantemente sobre o motivo  pelo qual os cidadãos comuns precisa de se envolver nas questões políticas de seu país. O A Endometriose e Eu reivindica desde 2010, tendo sido a primeira voz no país a pedir o reconhecimento da doença como social e de saúde pública, para que haja tratamento pelo SUS, em pelo menos, todas as capitais do Brasil, além de lutar para que a portadora de endo passe a ter os mesmos direitos que um portador de doença crônica não transmissível tem. Nós, portadoras de endometriose, também temos o direito de qualquer outro cidadão. E reforçar todas essas reivindicações é a principal missão da EndoMarcha em prol das portadoras de endometriose, (veja fotos do Time Brasil 2013), além de educar e conscientizar a sociedade a respeito desta enfermidade que acomete cerca de 10 a 15% das mulheres, seja na idade reprodutiva ou não.

Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose é a primeira manifestação em massa em prol de uma doença, e uniu no dia 13 de março deste ano 60 países, que saíram às ruas simultaneamente em benefício das mais de 176 milhões de endomulheres espalhadas pelo mundo todo. Em fevereiro e no dia da marcha eu e a equipe do blog fizemos reuniões políticas apresentando reivindicações de todas as portadoras brasileiras. Nós não lutamos por um grupo ou por uma parcela destas mulheres, o A Endometriose e Eu luta igualmente pelas mais de 6 milhões de brasileiras. Irei falar sobre isso em outro artigo. No último sábado, dia 24, eu, o Paulo  e sua esposa participamos na Câmara Municipal  de São Paulo do Fórum para Desoneração dos Impostos dos Medicamentos. Num breve discurso apresentei a endometriose e o trabalho desenvolvido pelo blog aos presentes. Vou falar sobre isso em outro artigo, com fotos e todos os detalhes. Mas agradeço desde já a Priscila Torres, outra guerreira, portadora de artrite reumatoide, quem me fez o convite e quem dividiu seu discurso comigo. Leia o texto abauixo e depois me diz se você vai continuar reclamando sentado (a) no sofá, ou se vai se unir a nós na marcha de 2015? Quem vai mudar o rumo do nosso país é nós mesmos e não os políticos! Pense nisso, tome uma atitude e ajude-nos a salvar milhões de vidas femininas! Em breve as primeiras informações sobre a marcha 2015! Beijo carinhoso! Caroline Salazar


Por que precisamos de nos envolver com a política para lutar pelos direitos das endomulhetres?

Por Paulo Soares 

Precisamos entender os motivos pelos quais nos envolvemos na prática da política para lutar pelos direitos das mulheres com endometriose, mais especificamente, por que precisamos fazer manifestação pública e marcar audiência para falar com autoridades políticas, e exigir os direitos das endomulheres.

Em frente ao Palácio do Planalto,
outra faixa da marcha usada
em Brasília e em São Paulo
O motivo político básico é quando algum interesse público, ou seja, social não está sendo atendido de maneira alguma ou de forma inadequada, se faz necessário reivindicar direitos perante nossos representantes políticos eleitos. Um exemplo simples: numa família cujo os pais tem dois filhos, e um destes alega que não é amado como o outro, então, este reclama para os pais e exige que seu direito seja atendido. Mediante esse exemplo, percebemos que nas relações familiares acontece a política. Por isso, quando se fala de política, é necessário lembrar-se de relações de poder, neste caso entre pais e filhos.

Partindo do exemplo citado, um dos instrumentos políticos de reivindicação de direitos, numa sociedade democrática, é a manifestação pública, ou seja, o protesto nas ruas e avenidas para chamar a atenção da própria sociedade e bem como das autoridades públicas. Estou falando aqui das manifestações públicas pacíficas, como a Million Women March for Endometriosis, a Marcha Mundial em prol das mulheres com endometriose.

No entanto, as manifestações violentas como instrumento político, geralmente, são é denominadas como revolução. Este instrumento é utilizado para mudanças sociais profundas numa sociedade, por exemplo, quando uma sociedade está querendo mudar a forma de governo do país de ditatorial para democrático, fato que aconteceu no Brasil na década de 1960 até 1980.

Mas, o que vem a ser política? De modo geral, “política concerne à sociedade como um todo, definindo leis e costumes, garantindo direitos e obrigações, criando espaço para contestações através da reivindicação, da resistência e da desobediência”[1].

Diante disso, a EndoMarcha e é um instrumento legítimo de reivindicação, pois milhões de mulheres brasileiras, portadoras da doença, precisam ter seus direitos na área da saúde atendidos. E se existe esse movimento social pelo reconhecimento, é porque as demandas não estão sendo atendidas, e no caso específico da endometriose, que uma doença ainda é pouco conhecida ou divulgada, como uma enfermidade que tem subtraído das mulheres sua força de trabalho, a possibilidade de ser mãe, tem extirpado casamentos e amizades.

Como podemos ver a Marcha, além de ser movimento de reivindicação política e de informação (onde também realizamos o Brasil na Conscientização da Endometriose - com panfletagem dos sintomas durante todo o percurso) é também de afirmação de gênero. Pois, a mulher desde quando começou a lutar para ter um “lugar ao sol” na sociedade, sofre ainda hoje as agruras do pensamento androcêntrico e machista que permeiam toda a sociedade, um dos exemplos disso, é a famosa frase: “endometriose é a doença da mulher moderna” (leia também o texto do endomarido Alexandre sobre o assunto). O que está por trás dessa afirmação? A mulher abriu mão de ser dona de casa para trabalhar fora e, para isso, teve que adiar o sonho de ser mãe e do casamento e, como consequência, passou a menstruar mais, e, com isso, surgiram várias doenças. No entanto, isso é uma falácia, que infelizmente é reproduzida massificadamente, pois se fosse assim, não estava sendo diagnosticada endometriose em adolescentes e idosas, e estaríamos negando a existência de relatos dos sintomas da doença no decorrer da história da humanidade. 

Além de reivindicar, é preciso tirar alguns rótulos
da doença, tais como:
"a doença é da mulher moderna",
"somos viciadas em remédios",
 dentre muitos outros
Outro objetivo da Marcha é chamar a atenção das autoridades para que incluam a endometriose na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, um documento formalizado em 2004, o qual amplia a ação no atendimento à saúde da mulher. Há necessidade de incluir a endometriose nesta política, pois se trata de uma doença crônica que afeta a mulher integralmente. Sobretudo, ampliar o atendimento pelo Sistema Único de Saúde - SUS e pela Agência Nacional de Saúde – ANS que regula os convênios de saúde particulares, com o objetivo de melhorar o diagnóstico precoce e oferecer um tratamento especializado para tratar a doença no Brasil, pois estamos falando de uma doença que necessita de diagnósticos por imagens modernos e precisos, de médicos capacitados, cirurgia por videolaparoscopia que demanda um alto recurso, tratamento pós-cirúrgico, bem como, fisioterapia e medicamentos de alto custo.

Por fim, marchar pela mulher portadora de endometriose no mês de março, um mês de reivindicações políticas para e das mulheres, significa também chamar a atenção da sociedade para informá-la da existência dessa doença que vitimiza milhões de mulheres pelo Brasil e no mundo. Esperamos que na próxima marcha a participação das mulheres e seus familiares sejam maiores e mais efetiva, pois só assim poderemos mudar a realidade da saúde da mulher brasileira.

Espero, no próximo artigo, trazer dados estatísticos sobre a doença e pesquisas sobre políticas efetivas do governo para tratamento da endometriose, até lá! Abraço a todos!

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[1] CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, pag. 347.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A SENHA PARA ASSISTIR AO VIVO O PARTO DA ENDOMAMÃE TATIANA FURIATE!!




Chegou o grande dia!!!!!! Para assistir ao parto da nossa endomamãe Tatiana Furiate, acesse o site do Hospital São Luiz (clique aqui), e faça o seguinte passo a passo:

- Na página principal do site, vá no ícone Maternidade;

- No ícone "Maternidade", à direita, vá em "Amigos e Visitantes" e clique em "Nascimento via web";

- Coloque a senha 3757803TA (letras maiúsculas). 

- Ou acesse o link direto que dá na página descrita acima.

OBS: Assim que o parto começar, o acesso com essa senha será liberado. Não se esqueça de atualizar sempre.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O PARTO DA NOSSA ENDOMAMÃE AO VIVO NESTA SEXTA-FEIRA, DIA 23, ÀS 13H!!!





Está chegando o grande dia da nossa endomamãe Tatiana Furiate. Amanhã, sexta-feira, dia 23, às 13h (horário de Brasília), iremos  conhecer o nosso endobebê, ao vivo. Horas antes do parto, eu vou postar aqui a senha de acesso para quem quiser assistir ao parto ao vivo, terá acesso com essa senha pelo site do Hospital São Luiz. Seguem alguns dos enfeites do quarto confeccionados pela própria Tatiana. Como ela não sabe o sexo (juro, pensei que ela não aguentaria aguardar os 9 meses), Tati fez em cores e desenhos unissex. Ai confesso que estou superansiosa para chegar logo amanhã. Será o Davi ou a Hadassa? Tá chegando!! Um beijo carinhoso!!



      


terça-feira, 20 de maio de 2014

VAMOS ESPALHAR A CONSCIENTIZAÇÃO DA ENDOMETRIOSE TODOS OS DIAS??

Para espalhar a conscientização da endometriose, o Endometriose e Eu, em parceria com a Santa Graça, criaram modelos exclusivos de camisetas com a fita de conscientização da doença. A primeira linha de camisetas criada no Brasil, foi idealizada para o I Brasil na Conscientização da Endometriose, realizado em março de 2012, o primeiro evento de conscientização da doença anual realizado no país. Minha inspiração foi a parceria Hering com o Câncer de Mama. Para realizar este sonho procurei parceria com uma marca que faz tudo manual, inclusive, as estampas. Sempre busquei algo diferente dos outros. Nunca gostei da mesmice. Sempre fui diferente, sempre me vesti diferente, sempre tive o "meu estilo". E como jornalista sempre procuro algo diferente. Hoje recebi um belo elogio. Um grande especialista ao ler as entrevistas eclusivas com os doutores Charles Koh e David Redwine, me escreveu e disse: "você tem um faro jornalístico. Parabéns por ser direta e tirar o melhor deles". Sim, os melhores repórteres são justamente os que tem "faro" para apurar  a notícia, e saber tirar dela o que lea tem de melhor,  e, principalmente, os que improvisam. E foi o que aconteceu na entrevista do doutor Koh: 100% improvisada!

A intenção da linha de camisetas é espalhar a conscientização da doença que atinge mais de 6 milhões de brasileiras e 176 milhões no mundo todo. E quem sabe um dia essas peças não se tornem peças-desejos como as do câncer. Afinal, o que tem de mulher com endometriose... Para criar os modelos pensei em algo universal que pode ser usado em qualquer lugar do mundo. Afinal, somos todas endoirmãs e estamos unidas numa única causa, e para a endometriose atingir uma mulher, não há fronteiras, não há raça, nem credo, nem nada, basta ser mulher. 

A venda das peças (tirando os custos) é 100% destinada à criação das camisetas, bem como de outros projetos encabeçados pelo A Endometriose e Eu. Quem quiser adquirir a sua blusa de Conscientização da Endometriose, entre em contato: endoshop7@gmail.com Beijo carinhoso!! 

É proibida a reprodução, bem como a cópia de qualquer modelo, tanto das estampas quanto das modelagens, que tem os direitos autorais pertencentes à Caroline Salazar e a marca Santa Graça.

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O MÉDICO E CIENTISTA DOUTOR CHARLES KOH!!


Eu e o simpático doutor Charles Koh

Após a entrevista exclusiva com o cientista americano o doutor David Redwine, (acesse a coluna do cientista aqui), o A Endometriose e Eu traz mais uma entrevista superexclusiva com outro expoente da endometriose mundial, o médico e cientista doutor Charles Koh. Há mais de 40 anos na área, doutor Koh é um cirurgião premiado e pioneiro em desenvolver algumas técnicas cirúrgicas de laparoscopia para endometriose avançada, criou o chamado "Sistema Koh para a histerectomia total por laparoscopia", e técnicas de microcirurgias para reparar as trompas, retirar miomas. Idealizou também precisos aparelhos para a realização perfeita dessas técnicas, em especial, os para a realização da microcirurgia laparoscópica. É pioneiro também em desenvolver suturas laparoscópicas, e também, é conhecido por contribuir na formação de novos cirurgiões. 


Eu e o doutor Charles Koh no Hotel Tivoli
Em sua passagem ao Brasil, como um dos convidados internacionais da  1ª Jornada Internacional de Anatomia e Tratamento Cirúrgico para Endometriose, realizada no Hotel Tivoli, entre os dias 24 a 27 de abril, o simpático doutor Koh conta sua trajetória, seus adventos na área, como conheceu o pioneirismo do doutor Redwine, e, assim como Redwine (quem muito o ensinou e o inspirou), doutor Koh disse que o futuro da endometriose está no Brasil. Ele é diretor do Instituto Milwaukee de Cirurgia Minimamente Invasiva e Centro Especializado em Medicina Reprodutiva. Doutor Koh e seu sócio foram os primeiros médicos do mundo a realizar a anastomose tubária microcirúrgica laparoscópica, no início da década de 1990, e ele deve se aposentar dos consultórios em um ou dois anos.



O doutor Alysson Zanatta, da Pelvi 
Uroginecologia e Cirurgia Ginecológica, 
de Brasília, também  palestrante, 
e o doutor Charles Koh
O doutor David Redwine é ladeado
pelo doutores Alysson Zanatta e pelo
coordenador da jornada
















Um agradecimento especial ao doutor Alysson Zanatta pelo carinho e presteza durante o evento. Foi um grande prazer conhecê-lo. Com certeza, o conhecimento que adquiri nestes quatro dias serão de grande importância em minha bagagem como uma "educadora da endometriose", como disse o doutor Koh. Confesso que fiquei emocionada! Um beijo carinhoso!! Caroline Salazar 


Entrevista exclusiva concedida a Caroline Salazar
Tradução: Alexandre Vaz

Caroline Salazar: Como começou a sua história com a endometriose?

Dr. Koh: Quando comecei a exercer a profissão, no final da década de 1970, a prática era a cirurgia aberta (laparotomia). Os médicos achavam que se a mulher tivesse sofrido o suficiente, seria, então, removidos o útero e os ovários e o problema da endometrioses estaria resolvido. Se a dor não passasse, então, a mulher teria de ser tratada por um psiquiatra. Esse era o estilo em que a medicina era exercida. Minha formação foi em Singapura e em Londres, e depois fui para os Estados Unidos em 1978 ou 1979. Em meados da década de 1980 começou a ser usada a laparoscopia exploratória para tratamento. Mas, a grande revolução, eu tenho que atribuir ao doutor Redwine. Foi ele que falou que deveríamos remover a doença, e não o útero. Eu observei o que ele fazia, quando soube dele quis conhecê-lo, fui a outros lugares, e, a partir daí, comecei a usar a mesma técnica e também a inovar. E era muito gratificante assistir à cura. Quando a paciente acordava da anestesia e falava que a dor tinha sumido… Era fantástico e isso estava acontecendo com frequência. Nem todas as mulheres reportavam a mesma coisa, porque era outro tipo de dor, outro tipo de tratamento, mas cedo se tornou evidente que o tratamento da doença é cuidar da doença e não remover o órgão em que ela se encontra.

Caroline Salazar: Então, o senhor remove todos os focos, e as mulheres ficam curadas? O senhor não usa nenhum tipo de tratamento após a cirurgia?

Dr. Koh: Não, eu não uso nenhum tipo de remédio. Talvez se elas não estiverem preparadas para ter filhos eu posso perscrever a pílula anticoncepcional, mas apenas para esse efeito (contraceptivo), e não para tratar endometriose. Na época pensava-se que a pílula prevenia a recorrência da doença, mas algum tempo depois, eu mesmo já não acreditava mais nisso, e por esse motivo passei a não receitar nada.

Caroline Salazar: Existe alguma forma de a mulher prevenir a endometriose?

Dr. Koh: Sabemos que tem a ver com o sistema imunológico. A teoria é que os seus corpos são capazes de eliminar as formas mais ligeiras da endometriose. Isso é justificado porque alguns médicos acompanham as suas pacientes a intervalos regulares de 6 meses, e até cerca de 30% dos focos podem desaparecer. Não é comum acontecer, mas sabemos que até para casos de endometriose mais graves, o sistema imunológico é importante. Um dos químicos que parece favorecer a endometriose é a dioxina,usada em fertilizantes. Na Bélgica é largamente usada e os índices de endometriose são muito elevados.  No geral, o conselho não é específico. Mantenha-se saudável e melhore o seu sistema imunológico: não fume, evite a poluição, mantenha uma alimetação saudável, faça atividades físicas…

Caroline Salazar: O senhor partilha da opinião do doutor Redwine de que a endometriose não provém da menstruação? A maioria dos especialistas ainda hoje apontam a menstruação retrógrada como a causa da endometriose. Qual a sua opinião sobre isso?

Dr. Koh: Sim, concordo. Baseado em uma observação: após a remoção completa de todos os focos, a doença não volta na mesma área. Mas pode surgir em outra área. Isso significa que tem algo mais do que apenas a menstruação. Se existe alguma participação da menstruação, é o da estimulação de algo que já existe, e que se tornará em endometriose. A menstruação afeta tanto a área excisada como as novas ocorrências de focos em outras áreas. Se eliminarmos a menstruação, a falta do estímulo criado por ela não faz com que a doença desapareça. Por isso, pode existir uma participação da menstruação, mas isso já é diferente  do que a teoria original (a de Sampson) afirma, em que a menstruação é sempre a causa e que para parar a doença basta remover o útero. Nós temos inumeros casos de mulheres que fizeram histerectomia e continuam sofrendo com a doença. No momento, a interpretação é que a doença é que nem erva daninha, precisa tirar uma a uma e na sua totalidade.

Caroline Salazar: Se a menstruação não causa a endometriose, então, por que temos mais dores durante este período, e por que as que têm endo no diafragma ou no pulmão, por exemplo, têm alguns dos sintomas só no período menstrual? Será por conta do estrogênio?

Dr. Koh: Na verdade todas as lesões são mais dolorosas durante o periodo mentrual. É essa a razão pela qual o útero dói durante a menstruação. Existem mulheres que têm na parede abdominal e a barriga incha. O que acontece, ao contrário da opinião do Dr. Redwine é o seguinte: Por que a mulher menstrua? A menstruação surge devido a alterações dos níveis hormonais. O estrôgeneo e a progesterona caem e o tecido do endométrio escama, seguido de sangramento. Mas com a endometriose, existe sangramento no interior da lesão. Por isso que é doloroso.

Caroline Salazar: A mídia e a maioria dos médicos falam da endometriose como sendo a doença da mulher moderna. Colocam a culpa na mulher por ela estar trabalhando for a de casa e adiando a maternidade. O que o senhor pensa sobre isso?

Dr. Koh: Eu acho que isso vem da forma como os médicos evoluem. Eles se tornaram a autoridade sobre o assunto, e quando não sabiam as respostas inventavam histórias. Esse “conhecimento” foi passado de geração em geração e essa figura autoritária ainda permeia os novos médicos porque o aprendiz se formou com o médico mais velho, que tinha essa atitude.
A grande diferença hoje é que as mulheres têm uma voz, seja na mídia tradicional, nas redes sociais ou nos blogs (como você, Caroline), e começam a questionar. Os médicos que não possuem as respostas e cabeça aberta são os que ficam muito defensivos. Aqueles que têm uma mentalidade mais aberta e estão dispostos a assumir que não dominam o assunto e não sabem como tratar, mas conhecem quem saiba, não terão uma atitude agressiva e nem colocarão a culpa nas mulheres.

Caroline Salazar: Em uma de suas apresentações na jornada, o senhor falou que se não remover o endometrioma nunca vai saber se é maligno. Pode me falar da relação entre a endometriose e cancêr no ovário ou em outras áreas do corpo?

Dr. Koh: Existe uma incidência crescente de um certo tipo de cancêr em mulheres com endometriose, designado por endocarcinoma. A sua presença pode ser nos intestinos ou nos ovários. No que respeita aos ovários, eu não diria que a endometriose leva ao cancêr, mas existe de fato uma incidência maior nesse grupo de mulheres. Se o médico observa uma lesão, ele deve removê-la. Isso também tem a ver com a qualidade do exame de imagem e do profissional que vai interpreter este exame. Câncer e endometriose são ligeiramente diferentes no ultrassom. Por esse motivo, alguns médicos que são contra a cirurgia poderão achar que é endometriose e na verdade pode ser cancêr.

Caroline Salazar: Pode explicar quais são os tipos de focos que existem, as suas colorações e como os identificar corretamente?

Dr. Koh: Bom, a endometriose começa na superficie e é na superfície que o cirurgião vê quando opera. Por esse motivo é quase sempre possível identificar os focos. Quanto mais sabemos sobre o assunto, melhor a identificação do que por vezes é bem sutil. Por vezes parece apenas um aglomeramento de de vasos sanguíneos. Essa é a doença superficial. A doença profunda sempre tem um estigma. Ela se manifesta na superfície e o cirurgião vai indo cada vez mais fundo até limpar todo o foco. É muito raro a endometriose começar no interior de uma estrutura orgânica e não seja possível visualizá-la do exterior.

Caroline Salazar: E a cor? Tem que ver com o grau, a idade da lesão...

Dr. Koh: Sim. Nas jovens,  as lesões começam por ser translúcidas, elas não possuem coloração e não são muito grandes. Quando ela se torna mais prevalente, a cor muda para o vermelho, e depois, para o preto. A mulher mais velha tem mais lesões pretas que vermelhas, mas isso também depende de quão ativas essas lesões são. O sistema imunológico e a genética são fatores que influenciam a evolução dessas lesões. Para as mulheres mais jovens é preciso muita atenção. É nesse ponto que eu concordo com o doutor Redwine, tudo o que não pareça normal, deve ser considerado anômalo.

Caroline Salazar: O senhor foi responsável por algumas invenções pioneiras na área da laparoscopia. Quais foram e como foi que chegou nessas pesquisas e intervenções?

Dr. Koh: No início, eu fazia microcirurgia para reparar trompas de falópio de mulheres que tinham feito esterelização. A forma de fazer isso é usando um microscópio e um corte. A ideia de fazer isso por laparoscopia me atraía muito, porque assim a paciente poderia voltar para casa no mesmo dia, em vez de ficar no hospital por 3 a 7 dias. No entanto, isso não era possível porque a sutura para unir a trompa é da dimensão de um cabelo. É muito pequena e, por isso, é necessário desenvolver instrumentos pequenos também. Esse foi o meu primeiro passo que consegui superar com êxito. Depois existem outras doenças em que a trompa está obstruída e precisa ser aberta, cirurgia de endometriose em que precisa reparar o ovário, e logo no início, achei fácil reparar tudo: bexiga, ureter, intestino, tudo. Isso foi o instrumento de microsutura. Obviamente que foi usado em outras coisas, quando é removido mioma, quando se faz uma histerectomia, é necessário fazer sutura. Acabei introduzindo uma versão maior, dessa vaze não para microcirurgia, mas para laparoscopia comum, e fico feliz de ver todo o mundo usando isso.

Caroline Salazar: Qual o aparelho mais certeiro para poder fazer a excisão completa? Foi falado aqui que o laser não corta, apenas vaporiza...

Dr. Koh: O aparelho mais certeiro é a mão do médico, tem de saber fazer. E quando eu falo isso tem mais do que um significado. Existem várias formas de usar o mesmo aparelho ou técnica. Tem quem diga que a eletrocirurgia é bom, mas precisa saber como realizá-la. É que nem ter duas facas, uma afiada e outra sem gume. O bom cirurgião precisa manter a faca afiada. Quando se trata de eletrocirurgia, isso se consegue aumentando a potência, mas usando em impulsos curtos, nunca usar em contínuo. De forma análoga, com o laser e outras técnicas acontece a mesma coisa. Teoricamente, porque alguns lasers são muito finos, não causarão dano se usados com perícia, de contrário também terão os seus pontos negativos. Na minha opinião, a melhor ferramenta para o laser é uma faca bem afiada. Hoje em dia é possível fazer isso com qualquer coisa. Na eletrocirurgia podemos usar os eletrodos finos para fazer o corte de forma mais correta. Até agora não estou muito convencido a usar o laser. Já usei, é uma faca afiada conveniente, e eu asseguro de que a uso nas melhores condições, mas isso não é garantido se você (o médico) não souber como a usar.

Caroline Salazar: Estima-se que são cerca de 6 milhões de portadoras no Brasil. O que o senhor recomenda ao governo brasileiro para ajudar a mudar essa estatística? A endometriose ainda não é reconhecida como doença social, de saúde pública, e é por isso que eu luto. Como deveria o governo agir em prol da saúde da mulher?

Dr. Koh:  Meu Deus, 6 milhões? Sei que alguns líderes de organizações de endometriose nos países europeus fizeram com que os parlamentos concordassem em classificar a endometriose como uma doença séria. Acho que depende de ativistas como você informar e educar o governo. Depende dos médicos que entendem a endometriose educar outros médicos. E também deve estar presente o poder disciplinar e regulador do governo. O governo deve falar para os médicos: “meus senhores, isso é endometriose. Essas são as suas características. Quando um de vós se deparar com um caso desses e não for capaz de resolver, encaminha para outro colega e não tenta fazer o que não sabe.” Definitivamente o que precisa acontecer é um esforço concertado de muitas frentes, e o governo pode ajudar.
  
Caroline Salazar: E por que muitos médicos ainda falam que a gravidez e a menopausa curam a endometriose?  O que se pode fazer para tirar essa ignorância e melhorar?

Dr. Koh: Talvez no seu blog você possa cantar isso (risos). Experimente, tudo o resto falhou. Essa pergunta não é comum. Nos Estados Unidos, 90% dos ginecologistas são estúpidos. Além do trabalho que fazem, os ativistas deveriam ir também nas faculdades de medicina. Lá eles revêm constantemente os planos curriculares de atualização dos médicos, e é preciso que esse assunto passa a fazer parte do plano curricular. Os médicos são geralmente imunes, o que fazem não tem consequências. Se a paciente está viva, teve os ovários e o útero removidos, talvez, erradamente, isso não terá consequências para o médico. É preciso que tratamentos errados passem a ter consequências.

Caroline Salazar:  E a hereditariedade? A filha de uma portadora tem mais chance de ela mesma ser portadora?

Dr. Koh: Existe uma incidência ligeiramente maior, mas não muito maior. Acho que uns 7%. Por vezes,eu fico preocupado que possa existir uma relação entre a doença e uma pré-disposição psicológica. Eu vejo muitas jovens preocupadas e suas mães também. Ambas têm a doença mas também têm outros problemas. Eu não faria um alarmismo sobre essa questão. Existem mais probabilidades nesse caso, mas não quero que os médicos fiquem paranoicos.

Caroline Salazar: O senhor treina cirurgiões. Qual é o segredo, como foi que começou e qual é o legado que gostaria de deixar?

Dr. Koh: Como eu comecei... Em primeiro lugar é preciso acreditar em uma filosofia radicalmente diferente. Nisso eu devo reconhecer o mérito do doutor Redwine pelo seu pensamento muito original e que faz muito sentido. Depois eu observei outros cirurgiões, vendo onde eles eram bons e onde não estavam se saindo tão bem, e eu tentava fazer melhor. Foi desse jeito que me desenvolvi e, uma grande lacuna, era que os cirurgiões não conseguiam suturar laparoscopicamente com muito sucesso. Isso se tornou um enorme desafio para mim. Mais tarde, o desafio passou a ser ensinar outros a fazer igual. Hoje eu consigo ensinar médicos a suturar em 2 horas. Claro que depois precisa praticar, mas eu sei que isso é verdade porque tenho uma estatística que comprova. Por isso, eu acho que meu legado será ser lembrado como alguém capaz de fazer sutura laparoscópica e ensinar.

Caroline SalazarPara a mulher que é assintomática, e que tem pouquíssimos focos, aconselha a fazer excisão complete dos focos, ou enquanto não tiver sintomas, ou alguma progressão da doença, deixar assim sem mexer?

Dr. Koh: Bom, com poucas lesões a mulher não será diagnosticada a não ser que seja feita uma laparoscopia. Para justificar a laparoscopia será por a mulher não ser fértil, ou por estar com dor. De outra forma não é feita a laparoscopia. Aqui no Brasil vocês têm o ultrasom, uma ferramenta desenvolvida a um grau de precisão acima do que existe no resto do mundo. No entanto, ele diagnostica apenas a endometriose profunda, não as lesões pequenas e superficiais. Mas mesmo que haja o diagnostico de poucos focos ou mais profundos, numa paciente assintomática, não acho necessário fazer excisão nesses casos.

Caroline Salazar: O que o senhor achou dessa jornada, o que vai levar consigo para os Estados Unidos?

Dr. Koh:  Essa jornada foi cheia de energia. Demonstrou o que se faz em cirurgia de endometriose ao mais alto nível. Não apenas a um nível elevado, mas ao mais elevado nível.
Estou muito impressionado e é inspirador ver até que ponto se conseguem esticar os limites da cirurgia de endometriose através do laparoscopo, com benefício para a mulher e sem complicações. Considero que foi uma reunião maravilhosa, muitos parabéns à organização. Como balanço final, eu vi que o futuro da cirurgia da endometriose está aqui (no Brasil).

Caroline Salazar:: Qual o conselho que o senhor dá para os seus alunos se tornarem bons cirurgiões de endometriose?

Dr. Koh: Para começar devem ter um forte conhecimento médico, o que significa que precisam estudar bastante. Não existem atalhos. Não se deve fazer algo apenas porque viu o outro médico fazendo. É necessário conhecer por completo a razão pela qual se executa um procedimento. Depois disso muita prática para aprender sutura e movimentação. Copiar o mestre até dominar a técnica, e por fim, melhorar o que aprendeu com ele.