terça-feira, 24 de janeiro de 2017

ENDOMARCHA 2017: FALTAM 60 DIAS PARA A 4ª EDIÇÃO DA MARCHA PELA CONSCIENTIZAÇÃO DA ENDOMETRIOSE!

 Uma das nossas faixas de reivindicação e a logomarca oficial da EndoMarcha 2017


Estamos a dois meses da 4ª edição da Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose, a caminhada que tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os sintomas da endometriose e chamar atenção de nossos governantes para que a endometriose se torne uma doença social, pois precisamos de políticas públicas efetivas para as mais de 6 milhões de brasileiras acometidas pela doença. Leia o texto "Por que precisamos lutar por políticas públicas para as endomulheres"?

No dia 25 de março cerca de 60 países sairão às ruas em prol da endometriose. Este é um movimento inédito que tem como objetivo chamar atenção de uma doença que atinge uma a cada 10 mulheres. No mundo todo são cerca de 200 milhões. Pela estatística mundial há mais portadoras de endometriose que portadores de HIV (que atinge ambos os sexos) no mundo todo. Precisamos fazer com que a doença seja levada á sério por nossos governantes, pois só assim nós (endomulheres) seremos levadas à sério por eles. Ou você ainda quer continuar sendo taxada de fresca, de preguiçosa, de mole para dor, de que está inventando dores?

Você tem duas alternativas: continuar sendo a vítima de uma saúde lixo ou levantar, arregaçar as mangas e ir à luta. Bom, eu escolhi a segunda opção, e você? Venha marchar conosco na EndoMarcha 2017. Chega de silêncio, chega de ser invisível. 13 cidades, de 11 diferentes estados, estarão presentes: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Curitiba, Londrina e Maringá (PR), Florianópolis (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Boa Vista (RR). Clique aqui e faça já seu cadastro, é rápido e gratuito. Convide seus amigos, seus familiares conhecidos, vizinhos. Todos juntos em benefício da saúde da mulher. A união faz a força e juntas somos mais fortes!  Se você tem uma empresa e quer patrocinar a marcha em alguma cidade, entre em contato comigo endomarch.brazil@gmail.com. Beijo carinhoso! A capitã, Caroline Salazar 

domingo, 22 de janeiro de 2017

"COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA" DOUTOR HÉLIO SATO!

Não é raro ver endomulheres que também têm trombofilia. A trombofilia, que pode ser a genética e ou a adquirida, é a propensão de desenvolver trombose devido a uma anomalia no sistema de coagulação. É uma doença autoimune que pode dificultar a gravidez, bem como a implantação do embrião no útero, e também causar abortos. Recebo muitas dúvidas de leitoras sobre o tema e selecionei a da Jane, do Rio Grande do Sul, que pergunta sobre a relação da doença com a endometriose e se ela pode continuar com seu método contraceptivo. A outra questão é sobre endometriose na cesárea. A Maria Claudia, de Goiânia, Goiás, quer saber como ocorre este tipo de endometriose (nota da editora: leia a história da capixaba Danielle Balbino e da portuguesa Sara Ferreira com endometriose na cicatriz da cesárea). Para sanar essas dúvidas “Com a Palavra, o Especialista”, doutor Hélio Sato responde. Beijo carinhoso! Caroline Salazar

- Tenho 43 anos sou portadora de endometriose, uso o DIU de plástico há dois anos e meio e estou com suspeita de trombofilia. É comum portadoras de endometriose ter trombofilia? E se for confirmada a doença como seria o tratamento se eu não puder tomar hormônio? Jane – Rio Grande do Sul

Doutor Hélio Sato: Não existe a associação de trombofilia com a endometriose, e se for confirmada as alternativas que devem ser evitadas são as medicações que contenham estrogênios.  Dado que o DIU de plástico não tem estrogênio e sua ação é basicamente no útero, não há restrições de uso.

- Fui diagnosticada com endometriose na cicatriz da cesárea, como ocorre este tipo de endometriose? Maria Cláudia – Goiânia – Goiás

Doutor Hélio Sato: Pode ser muitas causas, mas, a comum é pela implantação na cesárea, pois, no procedimento é feito abertura do útero e assim, algumas células do endométrio pode atrevidamente se implantar no acesso cirúrgico, cabe destacar que não depende da técnica utilizada no parto, é uma fatalidade e deve ser corrigida por meio da remoção da endometriose e vale a pena também checar se não há implantes de endometriose na pelve e no abdômen associados.


Sobre o doutor Hélio Sato: 


Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado em endometriose, em laparoscopia e em reprodução humana. Tem graduação em Medicina, Residência Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e foi corresponsável do Setor de Algia Pélvica e Endometriose da mesma instituição. 

Hélio Sato tem certificado em Laparoscopia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e de Obstetrícia. É membro da AAGL “American Society of Gynecology Laparoscopy” e é coordenador de pesquisas da clínica de reprodução humana GERA e está à frente nas seguintes linhas de pesquisas: endometriose, biologia celular e molecular, cultura celular, polimorfismo gênico e reprodução humana. (Acesse o currículo Lattes do doutor Hélio Sato). 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

"SAÚDE E BEM-ESTAR": OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO CONTROLE DOS SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE!

imagem cedida por Free Digital Photos

Sabemos que a atividade física é grande aliada não só na perda de peso, mas nos proporciona bem-estar físico e mental.Porém quando se tem uma doença com dores crônicas, que dói literalmente da cabeça aos pés, é muito difícil ter forças para se exercitar. Falo isso por experiência própria, pois já fui atleta na adolescência, de competir e ganhar medalhas no basquete, e sempre amei esportes e me exercitar, mas quando as dores severas da endometriose chegaram com tudo virei uma sedentária. Como mal conseguia andar, como teria ânimo para ir à academia? Imagino que muitas que sofrem com as dores severas pensam assim. Mas se eu pudesse voltar ao passado me esforçaria para tentar fazer ao menos uma caminhada leve. 

A maioria dos especialistas recomenda a prática de algum exercício físico, nem que seja uma caminhada pelo bairro. Quando exercitamos liberamos endorfina, que além de nos proporcionar a sensação de bem-estar, é considerada um "analgésico natural". Por isso com a prática regular as dores começam a diminuir e a portadora começa a ter qualidade de vida. Claro que não é chegar na academia e puxar um monte de ferro. Neste caso, a endomulher precisa ser acompanhada por um educador físico que entenda da doença e que faça um treino específico para ela. Faz tempo que quero abordar no A Endometriose e Eu os benefícios da atividade física no controle das dores da endometriose, até por ser um dos temas mais pedidos pelas leitoras, e três meses atrás conheci o Renato Trevisan, educador físico de Maringá, no Paraná, que entrou em contato comigo para coordenar a EndoMarcha 2017 em sua cidade. Fiquei bem feliz pela atitude dele em prol do próximo, e bem emocionada por um homem coordenar a EndoMarcha. Quando o conheci e soube de seu trabalho em prol das portadoras de endometriose, que iremos falar no próximo texto, o convidei para fazer parte do time de colaborador-voluntário do blog. Seja bem-vindo! Juntos vamos ajudar a melhorar a qualidade de vida das endomulheres do Brasil e do mundo. Beijo carinhoso! Caroline Salazar


Por Renato Trevisan, educador físico
Edição: Caroline Salazar

Os benefícios da atividade física no controle dos sintomas da endometriose.


Vamos falar nesse artigo sobre como o exercício físico pode ser um grande aliado no controle dos sintomas da endometriose.

Primeiramente é preciso entender que o exercício físico atua em mecanismos de extrema relevância, quando falamos em endometriose. Sendo os mais importantes:

      1- Controle dos níveis de estradiol (estrogênio);
      2 - Controle de cortisol;
      3 - Redução da resistência insulínica;
      4- Produção de endorfina;
      5- Organização do sono;
      6- Diminuição da gordura corporal.

Não estamos aqui elegendo o exercício físico como a solução de todos os problemas. O objetivo desse artigo é mostrar que o exercício, se bem conduzido, pode proporcionar uma melhora gigantesca na qualidade de vida de qualquer pessoa, inclusive, da portadora de endometriose.

Mas calma, não estamos afirmando que você deve sair correndo e se matricular na primeira academia que aparecer. Esse não é o caminho.

É preciso entender que no caso da endometriose, existe uma patologia instalada e que por esse motivo, seu organismo apresenta algumas modificações e atuações hormonais distintas de pessoas que não possuem a doença.

Quantas mulheres que sofrem com a endometriose, relatam que o exercício físico só piorou as dores e o sofrimento. Isso acontece porque a prescrição de exercícios físicos para mulheres de um modo geral, independente se tem endometriose ou não, deve ser feita respeitando alguns critérios importantes que iremos abordar aqui.

Quando falamos em atividade física para mulheres, o primeiro aspecto que deve ser levado em conta é o ciclo hormonal de cada uma. Conhecer o momento e a duração da menstruação, assim como a periodicidade da mesma, são fundamentais para a potencialização do exercício.

E no caso das endomulheres, isso funciona do mesmo jeito. Mesmo para as mulheres que tratam a doença com remédios que anulam a menstruação, o raciocínio é o mesmo. O que muda é que em vez de se ter como base o primeiro dia da menstruação, o ciclo desta mulher será definido de acordo com a forma de ingestão do remédio que a mesma utiliza.

Para aprofundar ainda mais esse assunto, vamos detalhar na sequencia os benefícios citados anteriormente:

1-Controle dos níveis de estradiol (estrogênio):

Controlar os níveis de estrogênio é fator primordial para o controle dos sintomas da patologia, já que o aumento do estrogênio está diretamente ligado à dor que essa mulher sente. O exercício nesse caso atua aumentando os níveis de globulina, que por sua vez, promove a redução da biodisponibilidade do estrogênio no organismo.

2-Controle de cortisol:

Intitulado por muitos como o hormônio do estresse, o cortisol é muito atuante no nosso organismo. Quando em excesso o cortisol atua como facilitador das reações oxidativas, que muitas vezes estimulam ações inflamatórias em nosso corpo. Com isso, ele acaba contribuindo com a piora dos sintomas da endometriose. O exercício físico aplicado de maneira adequada em cada fase do ciclo menstrual e considerando as particularidades de cada mulher, proporciona o equilíbrio desse hormônio, ajudando no combate do processo inflamatório e redução das dores.

3 - Redução da resistência insulínica:

A resistência insulínica ocorre quando há a falta da ação plena desse hormônio na corrente sanguínea. Sabemos que a insulina é responsável pela entrada da glicose nos diversos órgãos e tecidos do nosso corpo.

Quando ocorre a resistência insulínica, a glicose não é capaz de entrar nos tecidos e acaba sendo acumulada no sangue, e depositada na forma de gordura. E esse fato acaba levando ao ganho de peso.

E de acordo com a American Heart Association, a obesidade contribui grandemente com a piora dos processos inflamatórios que já acontecem no organismo da mulher que tem endometriose.

Nesse sentido, o exercício físico contribui para uma melhor ação da insulina na corrente sanguínea, favorecendo a perda de peso, e diminuindo os agentes inflamatórios do organismo.

4- Produção de endorfina:

Como você pode perceber, endorfina é uma junção de “endo” e “morfina”, o que já caracteriza algo relacionado ao alívio de dores.

Para muitos especialistas a endorfina é considerada um analgésico natural. E o exercício regenerativo, que é um exercício específico realizado em uma frequência cardíaca mais baixa, estimula a produção de endorfina, promovendo condições de melhoria do quadro dos sintomas e dores.

O exercício também estimula a produção de serotonina, um dos neurotransmissores do cérebro, responsável pela transmissão de dados entre neurônios.

De uma forma geral, a prática de exercícios físicos melhora diversas funções cognitivas, como memória e raciocínio, além de atuar também como um excelente ansiolítico e antidepressivo.

       7 - Organização do sono:

É durante o sono que a magia bioquímica acontece em nosso organismo. E o exercício físico é um forte estimulante do bom sono.

Montgomery et al(1982) aponta que o exercício físico estimula o sono mais profundo, além de ser de extrema importância para a reparação da fisiologia e energia.

       8 - Diminuição da gordura corporal:

As gorduras representam a maior reserva de energia do nosso organismo. Por outro lado, o tecido adiposo, possui inúmeras células envolvidas em processos inflamatórios, como o caso dos macrófagos, responsáveis pela produção da molécula PAI-1, que inibe a ação da insulina. O tecido adiposo também é responsável pela formação de coágulos nos vasos sanguíneos. Por esses motivos podemos afirmar que o excesso de gordura está diretamente ligado aos processos inflamatórios que nosso organismo sofre.
O exercício físico realizado na intensidade correta utiliza a lipólise como principal ação para transformar a energia das células de gordura do corpo em substrato energético para a realização dos exercícios físicos.

Por isso precisamos reforçar que atividade física não se trata apenas de promover o movimento músculo esquelético. O objetivo é utilizar o exercício para promover o equilíbrio hormonal fisiologicamente. E dessa forma, sua ação será capaz de melhorar sua qualidade de vida e saúde.

Sobre Renato Trevisan:
Educador físico, é pós-graduado em atividade motora adaptada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É diretor do Centro de Saúde A3 Atividade Física para a Saúde em Maringá, no paraná, e é coordenador da EndoMarcha Maringá. Acesse a fanpage do A3.

domingo, 15 de janeiro de 2017

ENDOMARCHA 2017: POR QUE PRECISAMOS LUTAR POR POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ENDOMULHERES?

 Uma das nossas faixas de reivindicação e a logomarca oficial da EndoMarcha 2017

A saúde é um direito básico que qualquer cidadão brasileiro deveria ter acesso. Está na Constituição Brasileira, mas infelizmente quem a tem é somente quem pode pagar por ela. E paga-se um valor muito alto. Isso falando em saúde no modo geral. Pois quando falamos em endometriose, nossa que vergonha. Se a política fosse algo sério no Brasil, se os políticos visassem o bem-estar da população, nós não precisaríamos reivindicar nosso direito à tratamento de saúde, que deveria ser assegurado por lei. 

Como já abordamos na coluna “EndoSocial” (leia o texto do sociólogo e endomarido Paulo) a luta pela política pública se faz necessária quando algum interesse de âmbito público, em especial, o social, não é atendido pelo poder público. As estatísticas apontam para mais de 6 milhões ou cerca de 10 milhões de portadoras brasileiras. Seis ou 10 milhões são números altos quando falamos numa doença que afeta apenas mulheres. Os poucos centros especializados que o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe atualmente, além de estar localizado em duas ou três capitais do país, não conseguem atender a alta demanda de portadoras. É como se realmente não existisse tratamento público para as endomulheres brasileiras. Três, quatro, cinco até oito anos se espera por uma cirurgia. Um horror, um absurdo. 

Agora para quem sofre com as dores severas da doença como poderá esperar tanto tempo por uma cirurgia? Quando eu me tratava no ambulatório de endometriose da UNIFESP, de 2009 a 2012, o aparelho de ressonância magnética passava mais tempo quebrado que em funcionamento. Eu fiquei em tratamento lá por quase três anos e durante todo esse tempo e via a via-sacra de mulheres tentando arrumar dinheiro para fazer particular para não perder a consulta, pois o aparelho ficava mais tempo quebrado que em funcionamento. Não é um absurdo isso? Com a crise que se instalou no país nos últimos anos, a coisa piorou. Meses atrás fiquei sabendo por uma leitora que se trata lá que no momento não estão mais aceitando novas pacientes, ou seja, só pode passar lá quem já esteve em tratamento no ambulatório, que a equipe foi reduzida, e que consultas só podem ser marcadas pessoalmente. E quem é de outra cidade e outro estado como faz? Não é uma absurdo? 

Mesmo com todo esse cenário o que mais me entristece é a desunião entre as portadoras. E isso é muito triste para não falar péssimo. Eu, que estou há sete anos na luta pelo reconhecimento da doença como social e por políticas públicas efetivas para as endomulheres, não acredito que a consciência da maioria, para não dizer quase todas, fica tranquila vendo si mesmo passar por dificuldade de tratamento e ou diagnóstico. Na verdade ter tratamento digno público deveria ser um direito de todas endomulheres brasileiras. Não era para ter mulheres se desfazendo de bens e gastando fortunas com cirurgias e exames particulares. Se o Brasil funcionasse era para termos tudo gratuitamente. Nesse tempo que tenho o blog vejo que as que mais precisam são as que mais não estão nem aí. Está de seu agrado o que o SUS oferece? Se você faz parte da pequena parcela que tem convênio e ou consegue pagar tudo particular, seja solidária e estenda a mão à sua irmã que sofre muitas vezes calada.

Vamos nos unir em prol de nós mesmas. Você não foi às ruas em 2014 por conta de 20 centavos? Por que não vai agora em benefício da sua saúde? A endometriose também tem de estar no rol de doenças crônicas e as portadoras têm de ter os mesmos benefícios garantidos por lei para quem tem doença crônica. Não podemos ficar de braços cruzados, precisamos agir, ir à luta em busca de nossos direitos e de tratamento digno e humanizado. No dia 25 de março venha marchar conosco na 4ª edição da EndoMarcha – Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose – e vamos mostrar à sociedade e aos nossos governantes que existimos, que somos muitas e que precisamos e merecemos ser enxergadas e respeitadas. A endometriose tem tratamento e queremos ter esse direito!

Chega de silêncio, chega de ser invisível. 13 cidades, de 11 diferentes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Curitiba, Londrina e Maringá (PR), Florianópolis (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Boa Vista (RR). Clique aqui e faça seu cadastro. É rápido e gratuito. Convide sua família, seus amigos e entre conosco na luta pelos direitos das portadoras de endometriose brasileiras. Ah, não sabe para quem serve o cadastro dos voluntários? Clique aqui e leia. Se você tem uma empresa e quer patrocinar a marcha em alguma cidade, entre em contato comigo endomarch.brazil@gmail.com Chega de sofrer em silêncio! A união faz a força e juntas somos mais fortes. Beijo carinhoso! A capitã, Caroline Salazar

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

"SAÚDE E BEM-ESTAR": POMPOARISMO - A TÉCNICA QUE AUMENTA A LIBIDO E AJUDA A RESTABELECER O ASSOALHO PÉLVICO!

Imagem: Aliexpress

A endometriose é uma doença que mexe com todo o corpo da mulher. Uma das áreas afetadas é a sexual, pois além das dores na relação sexual, a dispareunia, a portadora pode ter sua libido reduzida devido a algumas causas. Eu mesma, quando entrei na menopausa com o Zoladex, fiquei sem testosterona no corpo, conhecido como o hormônio do prazer. Essa foi a causa da minha perda de libido. Tive de fazer a reposição desse hormônio e meu desejo sexual voltou normalmente. Minha libido também ficou reduzida por conta da dispareunia de profundidade, que tensiona toda a musculatura do assoalho pélvico. Porém há técnicas que ajudam a mulher a controlar seus músculos do assoalho pélvico. Dentre elas está o pompoarismo. Todo exercício que estimula e ajuda na liberação das tensões do assoalho pélvico é importante para a reabilitação dos músculos que compõem a vagina. A fisioterapeuta Ana Paula Bispo explica sobre esta técnica indiana conhecida como a técnica do prazer que vem auxiliando milhares de mulheres, seja a voltar ou a começar a sentir prazer na relação sexual. Beijo carinhoso! Caroline Salazar 

Por doutora Ana Paula Bispo
Edição: Caroline Salazar

O pompoarismo vem do verbo pompoar e significa contrair. É uma técnica indiana milenar de origem tântrica e tem como objetivo fazer com que a mulher aumente a consciência e o controle sobre os músculos do assoalho pélvico (MAP). A técnica consiste no fortalecimento da musculatura da região por meio de movimentos de contração e relaxamento.

Ao contrair os MAP durante a relação sexual, a mulher aumenta o atrito entre a vagina e o pênis, elevando o prazer para ela e para o parceiro. Além disso, o orgasmo que acontece pela contração involuntária dos MAP, ao ter maior controle sobre eles, a mulher é capaz de potencializar seu próprio clímax.

A prática da contração dos MAP traz inúmeros benefícios para a autoestima e a vida sexual da mulher. O pompoarismo aumenta a excitação sexual, devido aos movimentos que estimulam o clitóris e áreas próximas, promovendo maior autoconhecimento do corpo e das sensações eróticas.

Muitas mulheres jovens relatam ter episódios de incontinência urinária. Por isso é indicado que elas comecem desde cedo a praticar os exercícios de contração, como medida preventiva.

Imagem: Mercado Livre 
O giencologista alemão Arnold Kegel nas décadas de 1940 e 1950 utilizou os exercícios de contração dos MAP, com pacientes que sofriam de incontinência urinária. Ele também percebeu que muitas dessas mulheres referiam ter melhorado a qualidade dos orgasmos e, algumas delas, que nunca tinham tido um orgasmo, aprenderam a ter.

Um acessório muito utilizado no pompoarismo são as bolinhas de bem wa ou bolinhas tailandesas. Elas são usadas para o treino de coordenação motora. Mesmo não focando o ganho de força, elas acabam incrementando em alguns graus, porém, se a mulher busca especificamente melhorar o grau de força, é recomendado que utilize o cone vaginal.

É importante deixar claro que se a mulher tem ou teve algum episódio de incontinência urinária, ela não deve realizar os exercícios do pompoarismo sem antes consultar um fisioterapeuta pélvico.


Sobre a fisioterapeuta Ana Paula Bispo:

Ana Paula Bispo é fisioterapeuta, atualmente faz doutorado em Urologia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é mestre em Ginecologia pela Unifesp, mesma instituição que fez especialização em Reabilitação do Assoalho Pélvico, e docente do curso  de Pós Graduação de Fisioterapia em Uroginecologia da Universidade Estácio de Sá. Siga a fanpage da doutora Ana Paula Bispo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

"COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA" DOUTOR HÉLIO SATO!


Depois de explicar o que é a endometriose, como deve ser feito o diagnóstico da doença e como a doença afeta a qualidade de vida de uma mulher, no quarto vídeo o doutor Hélio Sato aborda a infertilidade. A endometriose é a responsável por cerca de 40 a 50% da infertilidade feminina. É um número muito alto quando se trata de apenas uma doença. A endometriose também pode estar associada a outras doenças que interfere no potencial reprodutivo da mulher, tais como: miomas uterinos, pólipos endometriais e baixa reserva ovariana. A doença também aumenta a chance de uma gravidez ectópica. Como sempre falamos aqui: a endometriose não é sinônimo de infertilidade.  Aperte o play e saiba mais sobre porque a endometriose provoca a infertilidade na mulher. Beijo carinhoso! Caroline Salazar

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

MITOS E EQUÍVOCOS SOBRE A ENDOMETRIOSE!!

Apesar dos avanços dos últimos anos, em comparação a décadas atrás, a endometriose ainda é uma doença pouco compreendida e cercada de muitos mitos e equívocos. Infelizmente esses mitos e equívocos ainda não proferidos por médicos que se dizem especialistas. Não é raro ver um médico dando como opção de cura da doença à sua paciente a gravidez ou algum tratamento hormonal. Ambos são paliativos e certamente são ótimos controladores dos sintomas. Outra opção de cura de tantos médicos é a histerectomia, ou seja, a retirada do útero. Tadinho do útero! Tornou-se um grande vilão de uma doença que nada tem a ver com o útero. E junto ainda levam os ovários, impossibilitando a mulher de ser mãe. Como o doutor Alysson Zanatta já disse aqui no blog, "a endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio". Veja que ele usou a palavra semelhante e não igual. Em 2014, durante uma Jornada de Endometriose a qual participei, escutei na aula do doutor Ricardo Pereira que o endométrio do útero e o endométrio dos implantes de endometriose são diferentes. Ou seja, eles não são iguais. 

É preciso haver um melhor entendimento da doença por parte dos médicos. Outra frase do doutor Alysson em seus artigos aqui no blog é que "os médicos só vão saber tratar a doença corretamente quando eles entenderem de onde ela vem". Mas ainda bem que hoje existe a internet, e uma das missões do A Endometriose Eu é propagar a correta conscientização da doença com informações sérias e com embasamento científico e nunca baseada no achismo. Há cerca de três anos começamos a propagar que a doença não vem da menstruação retrógrada com os artigos do médico e cientista americano doutor David Redwine e os do doutor Alysson Zanatta. Sei que temos um longo caminho pela frente, mas tenho esperança de que muito em breve possamos mudar as informações erradas pelas certas. Tenho esperança de que vá surgir algum jornalista inteligente que irá ler os textos seja do doutor Alysson ou do doutor Redwine e começar a questionar sobre a real origem da doença. 

Neste artigo damos às boas-vindas a mais uma colaboradora-voluntária, a portuguesa Miriam Ávila, portadora da doença que irá traduzir textos para o blog. Seja bem-vinda! Obrigada por acreditar no trabalho do A Endometriose e Eu. Na nota de tradutor, no rodapé, Miriam conta sua história com a doença, e fiquei muito emocionada quando soube que ela encontrou o alento e as informações que tanto precisava aqui no blog. Beijo carinhoso! Caroline Salazar



                                                        Mitos e equívocos na endometriose.

Por Ross Wood, Heather Guidone e Lone Hummelshoj
Tradução: Miriam Ávila
Edição: Caroline Salazar


Questões de gênero e a natureza complexa da endometriose levaram a uma infeliz criação de muitos mitos e equívocos sobre uma doença que afeta cerca de 176 milhões de mulheres (e suas famílias) em todo o mundo.


Aqui estão alguns fatos sobre a endometriose - e iremos dissipar alguns mitos também!

- Endometriose: uma doença difícil de entender:



Do ponto de vista de uma mulher, a endometriose é uma doença cercada por tabus, mitos, diagnóstico tardio, tratamentos errados e uma falta de consciência sobrepostos a uma ampla variedade de sintomas que cercam uma teimosa, frustrante e, para muitos, uma dolorosa condição crônica.

Ela afeta mulheres e jovens durante o auge de suas vidas e não tem qualquer ligação com falhas pessoais por suas escolhas de estilos de vida.

O bem-estar físico, mental e social dessas pessoas é afetado pela doença, afetando potencialmente sua capacidade de terminar seus estudos, manter uma carreira, tendo como consequência um efeito sobre suas relações, atividades sociais e, em alguns casos, fertilidade. Cerca de metade das mulheres com endometriose também sofrem de dor associada nas relações sexuais.


O acesso a um diagnóstico e tratamento atempados para esta grande população de mulheres e jovens não deveria ser afetado pelos mitos e concepções errôneas que, infelizmente, continuam a existir. 

- Dor severa durante o período menstrual não é normal:


Os "problemas das mulheres" deixaram perplexos os médicos do século XIX, que os encararam como indicadores das condições psicológicas instáveis e delicadas das mulheres.

Embora as atitudes em relação às mulheres tenham melhorado durante o século XX, algumas das velhas crenças ainda persistem inconscientemente, e afetam as atitudes dos profissionais médicos em relação às queixas das mulheres, incluindo a dor dourante o período menstrual.

Como resultado, ao procurar ajuda para a dor pélvica (que pode ocorrer fora da menstruação), muitas mulheres com endometriose são informadas de que sua dor (frequentemente severa) durante o período é "normal", "que faz parte de ser mulher" ou "que está tudo na sua cabeça". Outras são informadas de que têm "um limiar de dor baixo" ou são "psicologicamente inadequadas".

A verdade é que se a dor interfere na sua vida diária (seja na escola, no trabalho ou participando de atividades cotidianas), não é normal.

Se a dor interfere com o seu dia-a-dia, por favor, procure ajuda e peça para ser examinada para determinar a causa de sua dor.


- Ninguém é jovem demais para ter endometriose:

Muitos médicos ainda acreditam que a endometriose é rara em adolescentes e mulheres jovens. (nota da editora: leia o texto do médico e cientista americano doutor David Redwine sobre o assunto, o do cientista inglês Matthew Rosser e a história da adolescente Clara Flaviane, de 16 anos, que confirmam que a doença pode acometer tanto a mulher como a menina).

Consequentemente, eles não têm em conta um diagnóstico de endometriose quando meninas e mulheres jovens vão até eles queixando-se de sintomas como dor no período, dor pélvica e relações sexuais dolorosas.

Infelizmente, essa crença já persiste há algum tempo. Antes da introdução da laparoscopia na década de 1970, a endometriose só poderia ser diagnosticada durante uma laparotomia, uma cirurgia importante envolvendo uma incisão de 10-15 cm no abdômen. Os riscos e custos de uma laparotomia significava que normalmente era feito apenas em um último recurso em mulheres com sintomas mais graves que já tivessem passado a idade fértil. Porque somente mulheres com 30 ou 40 anos eram operadas, então a doença era diagnosticada somente em mulheres dessa idade. Subsequentemente surgiu "o fato” de que a endometriose era uma doença que surgia apenas nas mulheres em seus 30 e 40 anos.

Foi apenas com a introdução nos anos 1970 e 1980 da laparoscopia para investigar as mulheres com problemas de infertilidade, que os ginecologistas começaram a diagnosticar a doença em mulheres nos seus 20 anos de idade e início dos seus 30 anos, a faixa etária a ser investigada. Assim, eles revisaram a faixa etária típica para a endometriose até o final dos anos 1920 e início dos 1930 anos. Mais uma vez, eles não consideraram que poderiam estar "encontrando" porque eles estavam "olhando" para ele (o diagnóstico).

A descoberta de que a endometriose podia ser observada em adolescentes e mulheres jovens surgiu como resultado de uma pesquisa feita pelos grupos nacionais de apoio à endometriose em meados dos anos 1980, o que chamou a atenção de alguns ginecologistas eminentes na década de 1990. O doutor Marc Laufer, do Children's Hospital Boston, conduziu estudos em adolescentes com dor pélvica crônica. Um de seus estudos mostrou que as adolescentes cuja dor pélvica crônica não era aliviada por uma pílula anticoncepcional oral e um anti-inflamatório não-esteróide como Ponstan tinham uma alta presença de endometriose - até 70%.

Mais recentemente, o Estudo Global de Saúde da Mulher (The Gobal Study of Women’s Health), realizado em 16 centros em 10 países, mostrou que dois terços das mulheres procuraram ajuda para os seus sintomas antes dos 30 anos, muitas com sintomas desde o início da primeira menstruação.

Adolescentes e mulheres jovens com 20 anos de idade não são muito jovens para ter endometriose - na verdade, a maioria das mulheres já têm sintomas durante a adolescência, mas infelizmente não são diagnosticados e tratados até que elas atinjam os 20 ou 30 anos.

- Tratamentos hormonais não curam a endometriose:


Medicamentos hormonais sintéticos como a pílula, progestina, Danazol e análogos de GnRH têm sido usados ​​por muitos anos para "tratar" a endometriose.

No entanto, estes tratamentos hormonais não têm qualquer efeito a longo prazo sobre a própria doença. Eles temporariamente suprimem (silenciam) os sintomas, mas apenas enquanto as drogas são tomadas. Uma vez cessado o uso dos medicamentos, os sintomas voltam com mais frequência.

Isto significa que os tratamentos hormonais não têm um papel no tratamento (erradicação) da endometriose. Se pretende erradicar a doença, a cirurgia realizada por um ginecologista com vasto conhecimento e experiência das técnicas especializadas utilizadas para endometriose é o único tratamento médico eficaz.

Significa também que os tratamentos hormonais não devem ser usados ​​para melhorar as chances das mulheres de conceber. Não só eles não têm nenhum efeito sobre a doença em si, mas também reduzem o tempo disponível para conceber, porque a concepção não é possível enquanto a mulher está sob o efeito de drogas. Se é necessário um tratamento para a infertilidade, a cirurgia feita por um ginecologista especialista é imperativa.

- Gravidez não cura a endometriose:

Felizmente, o mito de que a gravidez cura endometriose está desaparecendo aos poucos. (Nota da editora: leia o texto do doutor David Redwine "A gravidez é a cura para a endometriose?"

No entanto, não está desaparecendo rápido o suficiente! A realidade é que a gravidez - assim como os tratamentos medicamentosos hormonais - pode temporariamente suprimir os sintomas da endometriose, mas não erradicar a doença em si. Portanto, os sintomas geralmente reaparecem após o nascimento da criança. Algumas mulheres podem retardar o retorno dos sintomas por conta da amamentação, mas somente enquanto a amamentação é frequente e intensa o suficiente para suprimir o ciclo menstrual.

- A endometriose não é o endométrio:

Muitos artigos, "recursos" on-line e artigos de imprensa referem-se à endometriose como "endométrio" (o revestimento do útero ou tecido fora do útero). Isso não é correto. Investigadores-especialistas concordam que a “endometriose ocorre quando o endométrio - tecido semelhante ao endométrio (camada que reveste ao útero) é encontrado fora do útero”.

- A endometriose não é sinônimo de infertilidade:

Muitas mulheres jovens têm a ideia de que ter endometriose inevitavelmente significa que elas serão inférteis. Isso não é verdade. A maioria das mulheres com endometriose consegue ter filhos.

Infelizmente, não existem estatísticas confiáveis ​​que indiquem qual a porcentagem de mulheres com endometriose que não têm problemas para ter filhos, ou que têm dificuldades, mas acabam tendo sucesso ou nunca conseguem. Portanto, é impossível dar às mulheres uma informação confiável sobre suas chances em ter problemas de fertilidade. No entanto, no geral, acredita-se que a probabilidade de haver problemas de fertilidade aumenta com a gravidade da doença e, tal como em mulheres sem endometriose, com a idade.

Acredita-se geralmente que 60 a 70% das mulheres com endometriose são férteis. Além disso, cerca de metade das mulheres que têm dificuldades em engravidar eventualmente concebem com ou sem tratamento.

- Infertilidade não é causada apenas pela endometriose nas trompas:

A afirmação de que a cicatrização das trompas de falópio devido à endometriose é uma causa comum de infertilidade está aparecendo cada vez mais nas publicações leigas. Os autores de tais publicações são geralmente pessoas que têm pouca compreensão da condição e provavelmente estão confundindo as causas da infertilidade associada à endometriose com as causas de infertilidade associada à doença inflamatória pélvica.

A doença inflamatória pélvica é uma infecção que danifica ou bloqueia as trompas de falópio. Ela provoca infertilidade, impedindo o movimento do óvulo e esperma através da trompa. Em contraste, a endometriose nas trompas é menos comum e nem sempre causa infertilidade.
Os mecanismos pelos quais a endometriose causa infertilidade ainda são amplamente desconhecidos, apesar de anos de pesquisa. Podem passar anos ou mesmo décadas antes que os enigmas da infertilidade e da subfertilidade da endometriose sejam resolvidos e ou descobertos.


- Histerectomia não cura endometriose:

A endometriose é definida como "tecido semelhante ao endométrio fora do útero".
Remover o útero e ou os ovários sem remover os implantes de endometriose fora do útero não vai eliminar os sintomas da endometriose. 

A endometriose é fisiológica e não emocional:


"Distúrbios emocionais" não são a origem da endometriose.
A endometriose é uma doença que está enraizada e muito real, altamente complexa com causa hereditária, epigenética e com bases moleculares – uma verdadeira doença multifatorial e fisiológica.
Mulheres com endometriose lutam com a angústia emocional causada pelos sintomas implacáveis ​​de dor e infertilidade, mas essas emoções são um resultado do impacto da doença - eles não causam a doença.




- Aborto não causa endometriose:

Não existem evidências científicas que liguem o aborto ao consequente desenvolvimento da endometriose. Aqueles que afirmam o contrário podem estar a confudir "endometriose" com "endometrite" (nota da editora: inflamação do endométrio provocada por uma infecção).

- Ducha vaginal não causa endometriose:

Não existem evidências científicas que liguem a ducha vaginal – (lavagem vaginal) a um consequente desenvolvimento de endometriose. Aqueles que afirmam o contrário podem estar a confudir "endometriose" com "endometrite".


Nota da tradutora:

Olá, meu nome é Miriam Ávila, tenho 34 anos e sou natural e residente nos Açores, Portugal.

Foi-me diagnosticada endometriose em janeiro de 2015 por meio de uma citologia. Como foi feita colheita para biópsia, ficou-se aguardar a resposta para depois escolher um tratamento adequado. Seis meses depois voltei a fazer nova citologia, pois não apareceram resultados da primeira biópsia, e a médica que me avaliou na altura apenas receitou-me uma pílula diferente da que estava a tomar. Quatro meses depois dei entrada em internamento devido a hemorragias e por já estar anêmica. Fiz a ressonância e tomografia axial computadorizada que confirmaram a endometriose no canal vaginal com cisto. A resposta que me foi dada foi que não havia solução, que não se podia operar aquela zona. Então decidi procurar por ajuda na internet, quando me deparei com o blog “A Endometriose e Eu”, de Caroline Salazar. Foi meu porto seguro.
Li muitos dos posts coloquei dúvidas nos comentários que me foram respondidas pelo amigo Alexandre Ferreira (um endomarido, também colaborador-voluntário do blog) que em seguida me passou o contato da Associação MulherEndo em Portugal, que por sua vez encaminharam-me para consulta com o doutor Helder Ferreira na Maternidade Júlio Dinis da cidade do Porto.

Tive a primeira consulta já em maio de 2016 e fui logo diagnosticada com endometriose retovaginal, depois fizemos exames (ressonancia, tac, ecoanal e análises) e fiquei logo em lista de espera para cirurgia.
Minha primeira laparoscopia foi feita em 9 de dezembro de 2016 e estou feliz de dizer que neste momento não tenho qualquer foco de endometriose. Claro que continuo fazendo pílula contínua, que é muito importante, pois a menstruação piora nossa situação e como eu não pretendo ser mãe pelo menos por enquanto.

Para além de endometriose, tenho colite ulcerosa o que ainda agrava mais a situação, por isso tem sido uma luta constante! Mas cá estou! Vencendo!

E esta é minha história! Sobre minha personalidade: sou muito sociável, brincalhona, mente aberta, gosto de ajudar, e tenho ganhado muita confiança e espírito positivo, força de vontade de fazer mais por mim e pelas mulheres que passam pela mesma situação e que infelizmente não tem quem lhes ajude e fale por elas!

Por isso, amigas endoguerreiras! Vamos à luta!  A vida é muito para ser insignificante e despercebida!